Queridos Vizinhos,
Não é novidade nenhuma que não vos gramo. Como também não morrem de amores por mim, o sentimento é recíproco. Mas ainda bem. Já viram a trabalheira que era gostar de vocês e vocês não gostarem de mim? Não podia sofrer mais esse desgosto. Nem tão pouco existo para vos provocar qualquer tipo de sofrimento ou tristeza.
Agora que já partilhei o que sinto por vós, tenho mais umas quantas coisas para vos transmitir.
Bem sei que não estive presente na reunião de condomínio. Só eu sei o desgosto que me provocou, não ter podido estar presente. Mas foi impossível.
Esta coisa de estudar na Faculdade, ter exames e outras coisas que tais, tem-me impedido de estar presente nos mais variados eventos. Mas eu pago pra lá andar, ando lá porque quero, e acima de tudo porque aprendo. Coisa que (com muita pena minha) não acontece com os momentos anuais que todos os anos ocorrem à entrada do nosso (ou direi melhor vosso?) edifício.
Mas deixem-me que vos diga, não foi bonito o que fizeram este ano. E eu não gostei. Mesmo nada. Até porque (e infelizmente) já fui administradora e se bem me recordo (porque não foi há tantos anos assim), nunca vos tratei da forma que me trataram este ano.
Não é bonito colocar um papel na caixa do correio a pedir 500€ para ser entregue daqui a pouco mais de um mês.
Mais uma vez volto a repetir, sei que não estive presente na reunião, mas tal como me batem à porta para questões de merda, para reclamarem por tudo e mais alguma coisa, custava muito baterem para falar de um assunto sério e porque (principalmente) envolve uma quantia elevada de dinheiro?
Hoje, ou nos próximos dias vou bater à sua porta, para lhe dizer que não tenho intenção de me ir prostituir para vos pagar... Lamento não ter um salário multi-milionário para ter disponível tudo aquilo que precisam, e na altura que mais vos convém.
Não me consigo esquecer da vossa falta de carácter, quando tentaram de tudo para me "roubar" a casa que eu tinha mais do que direito a comprar. E vocês sabem bem porquê, não vale a pena estar a referir.
Odeio a forma arrogante com que gerem este edifício.
Acham-se donos e senhores de tudo só porque vivem aqui desde sempre. Lamento desiludir-vos, mas o prédio é de todos, NÃO É SÓ VOSSO!!!
Lamento não ser igual a vocês. Mas é com todo o orgulho do mundo que sou diferente. Se se preocupassem mais com a vizinha do R/c que é uma parasita da sociedade, passar à sua porta é um suplício e uma obrigação, visto que tenho de subir escadas para entrar em casa.
Cheirar a mofo que tresanda não é agradável. Ver uma casa com as janelas fechadas (e imundas) há anos, não é bonito.
E agora sinto-me muito mais leve. Desabafei.
Adoro a minha casa. Cresci lá e por muito que me odeiem, jamais me conseguirão tirar de lá pra fora. Portanto vão ter de continuar a levar comigo. (e eu convosco). Bah
Com elevada estima,
Carolina