quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Meu querido Bernardo,

Hoje tornei a sonhar contigo. Foi a segunda vez em pouco tempo. Os mesmos olhos, o mesmo sorriso de adolescente, o mesmo cabelo desgrenhado.
Não fiquei triste quando soube oficialmente que tinhas voltado para o teu casamento. Espero que a tua separação tenha servido para fortalecer ainda mais o sentimento que te une à tua esposa. Todos nós, por vezes, em algum momento das nossas vidas, precisamos de parar. Reflectir e tornar a erguer-nos. E tu se agiste deste modo é porque sentiste que era o que tinhas a fazer. Os teus filhos merecem-no, sem sombra de dúvida.
Apenas continuo sem entender porque me apareces nos sonhos. Se pouco ou nada me tenho lembrado de ti. Pelo menos ajudaste a resolver tudo o que havia entre nós. Que não era nada. Que não fazia sentido nenhum. Resolveste todas as ilusões que eu tinha e só posso agradecer-te por isso. Sem rancores, porque nunca fui pessoa de ter esse tipo de sentimento. Tive pena sim. Que não se consolidasse uma amizade entre nós. Tive pena, isso sim. Mas se calhar não fazia sentido existirmos na vida um do outro. E o que não tem de ser, não acontece. Tão simples e claro. Sem rodeios ou falsas esperanças.
Claro que fico a pensar nos sonhos que tenho, sem dúvida temos uma quimica. Não sou hipócrita. Mas foi melhor assim. Ficou resolvido. Desejo-te o melhor, sempre e todos os dias.
Porque o teu sorriso me vai desarmar sempre. Porque o teu olhar é terno e doce. Porque esse cabelo desalinhado te fica tão bem. Só te peço uma coisa em jeito de despedida. Não faças a barba. Usa-a aparadinha, fica-te muito melhor.

Um beijo enorme,
desta sempre tua.

Carolina

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