Tenho saudades. Tenho sentimentos. Tenho pensamentos.
Tenho tudo aquilo que não devia ter. Que não queria ter.
Tantas vezes dou comigo perdida a pensar em ti. Sei que tantas vezes te fugiu o pensamento para mim... Mas desviaste a atenção. Contrariaste a direcção daquilo que sentias bem no fundo do teu coração. Sei isso bem. Faço o mesmo vezes sem conta.
Tentamos esconder, principalmente de nós próprios que nutrimos sentimentos por pessoas que não queremos. A verdade é mesmo esta. Não queremos sentir. Seja porque motivo fôr.
E eu não quero gostar de ti. Só eu sei o que não quero gostar. Mas há coisas que acontecem connosco e nós não controlamos. Não sei muito bem porquê. Por vezes penso que é castigo. O ser humano acha que controla tudo e que só sente o que quer e o que mais lhe convém.
Sempre soube que a nossa ligação não significava nada para ti. Mas senti que de alguma forma mexia contigo. Não sei o que pensar, o que dizer. Estou aqui. Como sempre estive. Sozinha comigo e com tudo o que vivi. Recordando momentos fugazes que me fizeram pensar. Que colocaram em causa aquele caminho que eu sempre controlo. Que eu sempre acho que tem de ser feliz. Que um dia irá ser.
Sinto falta das nossas conversas. Da cumplicidade que criámos, mesmo sem querer. Que aconteceu.
Sinto falta dos telefonemas tardios em que arranjávamos qualquer assunto da treta que justificasse não termos de desligar.
Sinto falta da tua voz no meu ouvido a dizer quantos ensinamentos já me tinhas dado...
Sinto falta dos Nãos que repetias para te convencer muito mais a ti, do que a mim...
Até sinto falta quando me dizias: Epá tu és tão lerda, tão lerda, que eu nem sei...
Mas no fundo sabias que eu era tudo menos menos isso.
Confessa-me que sentes alguma coisa. Confessa-me o que é. Diz-me que tantas vezes te recordas de mim. De nós dois.
Que por breves instantes, pensaste em mudar toda a tua vida. Que pensaste que podiamos fugir os dois para o Alentejo, para a terra que nos viu crescer e que tanto amamos...
Da mesma forma que te escrevo, sinto estas palavras como quando falava contigo.
Provavelmente nunca lerás este texto. Porque apenas e só eu nunca tive coragem de o mostrar.
(E hoje faz exactamente um ano desde que guardo estas palavras).
(E hoje faz exactamente um ano desde que guardo estas palavras).
A tua,
Carolina
Sem comentários:
Enviar um comentário