quarta-feira, 11 de maio de 2011

Bom Dia,

Quero começar esta carta por te dizer que há algumas coisas em ti que me irritam. Que me fazem sentir raiva e até revolta.
Sei que atingiste um lugar de topo na tua carreira mas acho que há coisas que não passam por se ser chefe ou não. O facto de não te levantares para colocares papel na impressora ou não ires lá dentro ao arquivo buscar uma resma não faz de ti melhor pessoa. Nem melhor profissional. Faz de ti uma pessoa que tem mania. Que acha que só porque desempenha funções de responsável de área não tem de fazer essas coisas tão básicas e tão fundamentais no dia-a-dia de qualquer trabalhador.
Sei que aqui dentro não vou conseguir evoluir muito mais. Em parte porque tu tens muito medo que eu te passe de alguma forma, coisa que te posso assegurar que não vai acontecer. Não sou desse tipo de pessoas, mas confesso que gostava de sair de baixo da tua liderança. Simplesmente porque a mais-valia que tinhas a acrescentar à minha pessoa já acrescentaste. E eu agradeço muito por isso. Agradeci ene vezes a oportunidade que me deste, mas eu também a conquistei. Aliás, eu tenho lutado e muito pelo meu lugar nesta organização. E não quero ser mal agradecida que não sou, mas detesto pessoas que não são humildes. Pessoas que acham que só porque têm um curso e chegaram a determinada posição já não se podem dar com outras. Ou mesmo que se dêem fazem questão de manter a distância. A distância que as separa muitas vezes é a do diploma mais nenhuma, porque se formos aprofundar bem os conhecimentos, tem muito mais valor aquela que nem estudou mas a quem a vida ensinou muito mais coisas do que qualquer curso pode trazer.
O ser humano para mim vale pelo que é enquanto pessoa. Admiro pessoas que até são muito grandes em termos profissionais e afins, mas são pessoas que mantêm a humildade. Continuam a ser as mesmas pessoas acessíveis que não se deixaram deslumbrar pelo poder do ter. Fazem a vida delas com a maior paz do mundo e trabalham lado a lado com os seus súbditos. Admiro tanto isso. Porque a nossa geração ajuda-se de um modo que não se vê nas outras gerações, onde ser chefe era ser um tirano que dava ordens e o colaborador só tinha de cumprir sem refilar. E isso raramente acontece connosco. Tenho muita pena. De coração.
Não perco a esperança de que a vida me leve para outro lugar. Ou que me dê paciência para deixar de dar importância às pequenas coisas que fazes que me melindram. Porque não sou eu que te vou ensinar nada. A própria vida encarregar-se-á de te mostrar que não deve ser assim que se age. Só porque se é chefe. Ou só porque se é Licenciado. Os títulos como Dr. e Eng. não acrescentam nadinha àquilo que se é. Porque se não o és enquanto pessoa não é o Dr. que me pediste para te chamar antes do teu nome que vai fazer de ti um ser melhor. Jamais.

Com os melhores cumprimentos,
Carolina