sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

... de Fevereiro de 2010

Queridos Vizinhos,

Não é novidade nenhuma que não vos gramo. Como também não morrem de amores por mim, o sentimento é recíproco. Mas ainda bem. Já viram a trabalheira que era gostar de vocês e vocês não gostarem de mim? Não podia sofrer mais esse desgosto. Nem tão pouco existo para vos provocar qualquer tipo de sofrimento ou tristeza.
Agora que já partilhei o que sinto por vós, tenho mais umas quantas coisas para vos transmitir.
Bem sei que não estive presente na reunião de condomínio. Só eu sei o desgosto que me provocou, não ter podido estar presente. Mas foi impossível.
Esta coisa de estudar na Faculdade, ter exames e outras coisas que tais, tem-me impedido de estar presente nos mais variados eventos. Mas eu pago pra lá andar, ando lá porque quero, e acima de tudo porque aprendo. Coisa que (com muita pena minha) não acontece com os momentos anuais que todos os anos ocorrem à entrada do nosso (ou direi melhor vosso?) edifício.
Mas deixem-me que vos diga, não foi bonito o que fizeram este ano. E eu não gostei. Mesmo nada. Até porque (e infelizmente) já fui administradora e se bem me recordo (porque não foi há tantos anos assim), nunca vos tratei da forma que me trataram este ano.
Não é bonito colocar um papel na caixa do correio a pedir 500€ para ser entregue daqui a pouco mais de um mês.
Mais uma vez volto a repetir, sei que não estive presente na reunião, mas tal como me batem à porta para questões de merda, para reclamarem por tudo e mais alguma coisa, custava muito baterem para falar de um assunto sério e porque (principalmente) envolve uma quantia elevada de dinheiro?
Hoje, ou nos próximos dias vou bater à sua porta, para lhe dizer que não tenho intenção de me ir prostituir para vos pagar... Lamento não ter um salário multi-milionário para ter disponível tudo aquilo que precisam, e na altura que mais vos convém.
Não me consigo esquecer da vossa falta de carácter, quando tentaram de tudo para me "roubar" a casa que eu tinha mais do que direito a comprar. E vocês sabem bem porquê, não vale a pena estar a referir.
Odeio a forma arrogante com que gerem este edifício.
Acham-se donos e senhores de tudo só porque vivem aqui desde sempre. Lamento desiludir-vos, mas o prédio é de todos, NÃO É SÓ VOSSO!!!
Lamento não ser igual a vocês. Mas é com todo o orgulho do mundo que sou diferente. Se se preocupassem mais com a vizinha do R/c que é uma parasita da sociedade, passar à sua porta é um suplício e uma obrigação, visto que tenho de subir escadas para entrar em casa.
Cheirar a mofo que tresanda não é agradável. Ver uma casa com as janelas fechadas (e imundas) há anos, não é bonito.

E agora sinto-me muito mais leve. Desabafei.
Adoro a minha casa. Cresci lá e por muito que me odeiem, jamais me conseguirão tirar de lá pra fora. Portanto vão ter de continuar a levar comigo. (e eu convosco). Bah

Com elevada estima,

Carolina

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

... de Fevereiro de 2010

Perdoa-me nunca ter tido a coragem de te contar.
Desculpa-me ter fugido. Mas a única coisa que queria era poupar-te a estar situação. Tive medo. Pânico, diria. Quando o teste de gravidez deu positivo eu não tinha como voltar atrás.
Bloqueei o suficiente para bloquear a minha vida. E a tua. Passaram quase 2 anos. Ainda choro muito. Por ti. Por este Amor que ainda me sufoca. Pela raiva que se instala quando olho para a nossa filha. Saberes que ela existe e nunca te teres preocupado.
Sei que errei. Sei que quando soubeste que ela vinha a caminho, era tarde de mais. Mas para um filho saber que tem um pai, nunca é tarde. Ela tem a tua cara. Tudo o que transparece no seu rosto, é teu.
Dizes por outros que eu "nunca soube amar alguém". Enganas-te. Só quem faz o que eu fiz é que sabe o que é Amar. Incondicionalmente. Deste-me o melhor que a vida me podia dar, mas também me arrancaste as entranhas sem dó nem piedade, quando demonstraste que nada iria mudar na tua vida. Mas sabes? Tudo mudou na minha. Pela causa mais linda de todas. A nossa filha. Pelo Amor que nos uniu e que a fez vir ao mundo.
Tenho pena que não tenhas abdicado de nada por ela. Porque afinal de contas, quem perdeu e ainda perderá mais, és tu. Ouvi-la chorar quando saiu de dentro de mim. O primeiro sorriso. A primeira gargalhada. O primeiro passo. A primeira papa. Nunca saberás o que é ser Pai. Tenho pena ao mesmo tempo que me revolto. Por não teres tido coragem para me perdoar. Afinal de contas todos erramos. Eu assumi o meu erro, mas tu nunca assumiste os teus.
Só há uma coisa que ainda me mantém acordada a pensar. Viverás tu mais feliz assim? Fugindo das responsabilidades? Refugiando-te desse lado do mundo? Como se a tua filha não existisse?
Um dia a própria vida e o tempo, hão-de encarregar-se de me trazer todas as respostas. Enquanto isso, vou vivendo. Ainda que em banho-maria. Ainda que pensando em ti, mesmo com o coração nas mãos. Desfeito e sem esperança.
Que a tua vida siga e que sejas feliz o suficiente para continuares aí. Distante e em silêncio. Fingindo que nada se passa por aqui. Que tudo foi um sonho mau que sonhaste e agora a tua realidade é outra. Bem diferente e distante.
Eu aqui continuo. Com a maior e melhor companhia de todas. Com a nossa filha. Que me ensinou o verdadeiro sentido da partilha. Da palavra Amor.
E por último te digo, se não és pra ela, então dificilmente algum dia, serás para alguém...

Assim me despeço-me para Sempre de ti,

Carolina

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

17 de Fevereiro de 2010

Tenho saudades tuas. Tenho saudades minhas. Do que eu era ao teu lado. Do que eu quis ser contigo. De tudo aquilo que não houve tempo para construirmos juntos. Daquilo que não tinha razão de existir.
Tenho pena. Mas ao mesmo tempo tenho tanta esperança. Espero porque quem espera um dia encontrará o caminho. Ou o caminho encontrar-me-á.
Tenho fé. Acredito. E hoje é um dia em que vale a pena acreditar.
Tenho saudades daquele formigueiro que me fazias sentir. Da forma como te escondias atrás do teu sorriso.
Sei que te amei tanto em silêncio. Ao mesmo tempo que fugia com medo deste sentimento.
Serás sempre uma pedra na minha vida. Aquilo que devias ter sido e não foste.
Quem sabe um dia. Quem sabe numa outra vida. Quem sabe...
Agradeço-te o respeito e o sentimento puro. Mas no fundo uma parte de mim não consegue esquecer aquele dia. O dia em que te escondeste. O dia em que fugiste. O dia em que estivemos tão perto e tão longe. E não consigo esquecer. Nem perdoar. Porque tinha tudo para ser perfeito. Para ser tão nosso. Mesmo que terminasse no instante em que estaria a começar.

Uma parte de mim, Amar-te-á para sempre. A outra enterrou-te. Vivo. Junto com o sentimento. A outra parte ainda se arrepia quando me diriges a palavra...
Um dia terei de te perdoar. Para seguir. Para viver. Para te esquecer. Para que te tornes indiferente.
Para que deixes de existir em mim... Para eu esquecer o brilho desse olhar. Terno e tão perfeito. Para que... eu possa simplesmente voltar a ser eu... Sem estar rodeada da sombra de ti...

Sempre tua,
Carolina

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

18 de Março de 2009

Olá!!

Estou a escrever do único lugar que me liga a ti. Não preciso nomeá-lo. Ainda sinto o teu cheiro desde a última vez que aqui estive.
Agarrei no telemóvel e liguei-te. Estou a tremer. Não sei porque continuo ligada a ti. Não sei o que sinto.
Só queria fazer amor contigo uma vez que fosse e perceber o que és para mim.
Sinto que também estás ligado a mim de alguma forma. Aprendi a não explicar sentimentos, mas no fundo sinto-os a triplicar.
Não sei o que é melhor.
Perdoa-me não voltar costas a tudo e seguir. Desculpa esta minha insistência, mas eu tenho de saber o que é isto. Não te quero magoar, não quero absolutamente nada de mau. Só quero sentir, perceber e saber explicar o que é isto que sinto. Que eu acho que tu sentes e acabamos sempre por fugir um do outro.
Se eu te fosse indiferente não voltavas a procurar-me tantas vezes como aconteceu anteriormente.
Deixa-me sentir-te. Nem que seja por uma última vez.
Aquele beijo marcou-me de uma forma que eu não sei entender. E acho que o sentiste de igual modo.
Porque é que fugi se agora dava tudo para que estivesses aqui?
Talvez porque és uma pessoa proibida e eu não posso gostar de ti.
O que mais me espanta é o simples facto de nunca ter fugido de mais ninguém...

Carolina

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

6 de Fevereiro de 2009

Sei que não voltas. Disseste-o claramente. Vezes e Vezes sem conta. Com a convicção de que isso não seria o melhor.
A minha presença na tua vida simplesmente desapareceu. Nenhum bilhete escrito com o maior Amor, nos salvou. Ou melhor, corrigindo, nenhuma palavra me salvou.
Será que se morre de Saudades? Ou simplesmente se enfraquece? Dia após dia. Como uma ferida infectada que vai expandindo até que não haja mais salvação.
É assim com o Amor. Ficamos doentes e um dia... deixamos de conseguir controlar o que sentimos.
Sei que te perdi. E tenho tanta pena. Mas não posso desistir de mim... Não posso...

Carolina

18 de Janeiro de 2009

Chovia lá fora. Viro a esquina e tu estavas ali. Não sei se a olhar para mim ou simplesmente...
Deu-me um aperto tão grande no peito. Sufoquei no meu próprio respirar.
Só me lembrava da magnífica sensação das tuas mãos a agarrarem as minhas. O teu sentir, sempre tão perfeito. Em todos os dias de igual modo. O teu toque foi sempre tão especial.
E eu agora vou aprender a esquecer o que senti. A forma como te tocava e acima de tudo porque me querias sempre ali. Ao teu lado. A dividir um sofá pequeno e uma cama grande de mais.
Agora somos de novo Eu. E tu. Separados pela vida e por nós próprios.
Que consigas tudo o que mais queres. Eu aqui fico. Esperando que o dia seguinte seja melhor do que o anterior...
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Depois de uma relação falhada onde o sentimento existente era tudo o que nos movia, a nossa vida não é mais a mesma. A forma como se lida com os outros não tem mais o mesmo sentido.
Eras a última pessoa que eu esperava encontrar. Eras tudo aquilo que eu não contava que fosses. Eras o melhor naquele instante. Eras tudo. Foste tudo.
Alimentei o sentimento dia após dia, apenas e só porque a tua forma de olhares por mim e cuidares de mim era perfeita. Foi mais do que perfeita. Não consigo explicar o que sinto hoje.
Saber que já não me vais tocar à campainha para entrares e nos deitarmos juntos no sofá.
Não há espaço para uma Amizade porque eu não te quero como Amigo. Não quero! É simples e volto a dizer-te, fica com todos os teus amigos, mas de mim não terás isso, apenas e só porque eu não sei ser tua amiga!
Agora, só quero que os dias passem para que eu possa seguir a minha vida e esquecer que, mais uma vez, voltei a falhar!

Carolina